Poema vencedor do V Desafio de Escritores da Literatura de Câmara de Brasília.
Norma Santi
Há dias que serpenteia à minha volta
Posso prevê-la no olhar desviado de meus filhos
Na dor das telas de Frida
Na canção desesperada de Neruda
É rasteira
Subterrânea
Uma chaga
Uma ferida
Enrosca-se
Lambe cada parte do meu corpo
Num transe
Uma febre convulsiva
Debatemo-nos
Estremeço em seus olhos de Medusa
E pereço em seu riso de Monalisa
Contorcida, chego ao antes do início
Ao nada
Aos mandamentos
Que Ela sussurrou em meu ouvido
De hoje e para todo sempre
Não brincarás no paraíso
Não arderás no fogo do inferno
Não aguardarás no limbo
Não purificarás no purgatório
Não te justificarás em juízo
Não reencarnarás em outro corpo
Não dançarás na Roda da Samsara
Não terás qualquer essência
Não terás que pagar carmas
Da vida não levarás amarras
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Eu tinha certeza. Parabéns amada.Esteja preparada para voar cada vez mais alto.
ResponderExcluirBjs.
Chico.
Gostei do teu espaço, venha visitar o meu: http://www.praxisreflexiva2.com/
ResponderExcluirReli e gostei ainda mais! Prêmio merecido!
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