Colocada por Deus em linha elíptica
Pra viver de dias cândidos
Deitar-me à rede de noites plácidas
Enluarada de águas límpidas
Pra confirmar que a vida é efêmera
Criada sobre a linha lógica
Feita de tardes e paisagens lúdicas
O reverso de outra retórica
Vieram os tempos de ideias sórdidas
Destiladas em coração pérfido
Cauterizadas em sentimentos mórbidos
E fecundadas em atos indômitos
Há mais de um século em idade púbere
Envolvida em crises cíclicas
Como um câncer em suas metástases
Tremo à ira de febres sísmicas
Em harmonia de elementos químicos
Atestada pela física quântica
Enredada em tramóias cibernéticas
Invoco a letra do novo cântico
Movimento-me em camadas tectônicas
Escurecida em ares ácidos
Preparo em silêncio novas catástrofes
E crio cenas de efeito épico
Movo os braços em fúria homérica
Abro novas fendas míseras
Rio-me de suas perdas econômicas
E exponho nossas vísceras